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Checkup: como transformar um gesto simples em cultura

Cuidar dos dentes não deveria ser uma urgência — deveria ser rotina. Assim como marcamos consultas anuais, exames preventivos ou atividades físicas, a visita periódica ao dentista precisa ganhar espaço real na agenda. Mas, entre compromissos, trabalho, família e tantas prioridades, esse hábito ainda é negligenciado por grande parte da população. Transformá-lo em cultura é um desafio coletivo, que envolve informação, acesso e mudança de mentalidade.

Por que incluir o checkup na rotina?

A consulta preventiva a cada seis meses permite que o dentista identifique cedo problemas que, quando percebidos tarde demais, já se tornaram mais complexos ou dolorosos. Pequenas cáries são tratadas rapidamente, inflamações gengivais não evoluem, desgastes podem ser corrigidos e hábitos prejudiciais são identificados. É uma lógica simples: quanto mais cedo o cuidado, menor o impacto no dia a dia — e no bolso.

Criar o hábito passa por três atitudes práticas:

1. Marcar a consulta antes de sair do consultório, criando um calendário natural.

2. Associar o checkup a momentos fixos do ano, como retorno das férias e início de semestre.

3. Encarar a consulta como parte do autocuidado, e não como uma obrigação.

O que pode ser evitado com consultas regulares

O checkup semestral ajuda a prevenir:

· cáries iniciais que poderiam evoluir para tratamento de canal;

· gengivite que pode se transformar em periodontite;

· perdas dentárias decorrentes de inflamação crônica;

· desgaste do esmalte e retração gengival por hábitos inadequados;

· halitose persistente;

· lesões ou alterações na mucosa bucal, muitas vezes identificadas precocemente nas consultas.

Quando um dentista acompanha a saúde bucal de forma contínua, intervenções são mais simples, menos invasivas e mais confortáveis. E, sobretudo, evitam episódios de dor — que são o principal motivo que leva as pessoas a procurarem atendimento de forma emergencial.

O que a estatística mostra sobre Goiás

Os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SB Brasil (2010), ainda referência no país, mostram que a região Centro-Oeste apresenta bons indicadores em relação ao acesso ao dentista, mas Goiás ainda convive com desafios importantes.

Entre os destaques nacionais:

· 55% dos brasileiros só procuram o dentista quando sentem dor.

· A região Centro-Oeste tem um dos melhores índices de visitas regulares, mas ainda abaixo do ideal.

· Crianças e adolescentes da região apresentam menor prevalência de cárie em comparação com outras regiões, refletindo ações de prevenção, mas adultos e idosos têm maior perda dentária acumulada.

Em Goiás, dados complementares do Conselho Federal de Odontologia mostram que o estado tem uma das maiores proporções de cirurgiões-dentistas por habitante do país. Isso significa que existe capacidade instalada para ampliar o acesso. A barreira, portanto, não é ausência de profissionais — é transformar o cuidado preventivo em rotina para a população.

Como o cooperativismo de saúde tem mudado esse cenário

O cooperativismo de saúde tem contribuído para que o cuidado odontológico se torne mais acessível e contínuo. No modelo cooperativista:

· o profissional é dono do próprio trabalho e se dedica a atendimentos de qualidade;

· há incentivo à promoção de saúde, e não apenas ao tratamento;

· programas sociais e educativos aproximam a odontologia das pessoas;

· o acompanhamento periódico é valorizado, tanto para crianças quanto para adultos.

A Uniodonto Goiânia, por exemplo, tem atuado com campanhas educativas, projetos comunitários e incentivo ao checkup semestral para beneficiários e população em geral. Quando a informação circula e o acesso é facilitado, a cultura do cuidado se fortalece.

Ter um plano odontológico ajuda a criar o hábito?

Sim. E muito.

Ter um plano reduz as barreiras mais comuns relatadas pela população: custo, insegurança e dificuldade de agendamento. Quando a pessoa já possui uma rede credenciada, consultas preventivas deixam de ser um gasto eventual e passam a ser parte do benefício contratado — o que naturalmente incentiva o acompanhamento periódico.

O custo-benefício também é significativo:

· procedimentos preventivos custam menos do que tratamentos corretivos;

· o plano promove consultas regulares, evitando evolução de problemas;

· ao longo dos anos, a economia é evidente — tanto financeira quanto em qualidade de vida.

Para famílias, isso é especialmente importante. Crianças que crescem com a rotina do dentista passam a tratá-la como algo natural, e não como exceção.

Cultura se constrói com pequenas escolhas

Criar a cultura do checkup odontológico passa por informação, acesso e repetição. Quando as pessoas entendem por que devem ir ao dentista, quando têm profissionais de confiança e quando conseguem agendar consultas com facilidade, a rotina se transforma.

E cultura é isso: um hábito repetido com propósito.

A saúde bucal é parte da saúde integral. Consulte o dentista regularmente, converse sobre seus hábitos, mantenha sua agenda atualizada e incentive quem está ao seu redor. O cuidado que começa na boca se reflete no bem-estar, na autoestima e na qualidade de vida.